Sintomas de ansiedade em 5 fases da vida e como tratar

Sintomas de ansiedade em 5 fases da vida e como tratar

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Os sintomas de ansiedade, de acordo com dados da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), atinge mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Aqui no Brasil, o transtorno afeta aproximadamente 18,6 milhões de cidadãos, o que corresponde a 9,3% da população. As pesquisas sobre o tema mostram que a ansiedade pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade. No entanto, seus sintomas e manifestações podem variar significativamente em cada fase da vida.

Identificar esses sinais na infância, adolescência, juventude, fase adulta ou em idosos e saber como tratá-los adequadamente é fundamental para alcançar uma saúde mental equilibrada ao longo da vida.

1. Sinais da ansiedade na infância

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Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), publicada na Revista Brasileira de Terapias Cognitivas e Comportamentais, avaliou a prevalência de transtornos de ansiedade em crianças brasileiras entre 6 e 12 anos. Os resultados indicaram que aproximadamente 20% das crianças apresentavam sintomas de ansiedade clínica. Os fatores associados incluíam estressores familiares, dificuldades na escola e comportamentos parentais. 

Sintomas:

Comportamento recluso: Crianças ansiosas podem se isolar e evitar interações sociais ou atividades que antes eram prazerosas;

Medos excessivos: Medos intensos e persistentes, como medo de escuro, de separação dos pais ou de eventos imaginários.

Problemas de sono: Dificuldades para adormecer, pesadelos frequentes ou insônia.

Queixas Físicas: Dor de estômago, dores de cabeça e outras queixas físicas sem uma causa médica aparente.

Mudanças de comportamento: Irritabilidade, choros frequentes e mudanças na alimentação.

Possíveis tratamentos:

Terapia Comportamental Cognitiva (TCC): Ajuda a criança a entender e lidar com seus medos de maneira mais construtiva.

Atividades recreativas: Estimular atividades lúdicas que ajudem a criança a expressar seus sentimentos.

Apoio Familiar: Manter um ambiente familiar estável e oferecer apoio emocional constante.

Consulta com um Pediatra: Para avaliar e tratar possíveis queixas físicas associadas à ansiedade.

2. Sinais da ansiedade na adolescência

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O estudo “Ansiedade e depressão entre adolescentes brasileiros: uma análise nacional”, do Centro de Pesquisa em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicada na *Revista Brasileira de Saúde Mental*, destacou que 30% dos adolescentes apresentam sintomas significativos de ansiedade e depressão, e a causa tem fatores como pressão acadêmica, problemas familiares e uso de redes sociais foram identificados como contribuintes principais.

Sintomas:

Mudanças de Humor: Alterações abruptas de humor e irritabilidade são comuns, muitas vezes associadas a preocupações com a imagem e aceitação social.

Ansiedade Social: Medo intenso de situações sociais e preocupação excessiva com a percepção dos outros.

Desempenho Acadêmico: Preocupações com o desempenho escolar e pressão para se destacar.

Comportamentos Autodestrutivos: Em casos mais graves, podem surgir comportamentos de automutilação ou pensamentos suicidas.

Distúrbios Alimentares: Pode haver desenvolvimento de distúrbios alimentares como bulimia ou anorexia.

Possíveis tratamentos:

Terapia Individual e em Grupo:  A TCC e a terapia de grupo podem ajudar a lidar com questões específicas da adolescência e promover habilidades de enfrentamento.

Orientação Escolar: Apoio psicológico e acadêmico para ajudar a reduzir a pressão escolar.
Atividades Extracurriculares: Incentivar a participação em atividades que promovam a autoestima e o bem-estar.
Apoio Familiar: Comunicação aberta e apoio contínuo dos pais ou responsáveis.

3Sinais da ansiedade na juventude

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Uma publicação da Revista Brasileira de Psiquiatria menciona pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) focou na ansiedade em jovens adultos brasileiros, com idades entre 18 e 25 anos. Os resultados indicaram que aproximadamente 35% dos participantes apresentavam níveis elevados de ansiedade, associados principalmente a incertezas sobre o futuro profissional e acadêmico, além de condições socioeconômicas precárias.

Sintomas:

Estresse relacionado ao trabalho: Preocupações com a carreira, escolhas profissionais e pressão para ser bem-sucedido.
Relacionamentos interpessoais:Ansiedade em relacionamentos amorosos e sociais, com medo de rejeição ou de não atender às expectativas.
Sentimentos de Insegurança: Dúvidas sobre identidade e futuro, levando a uma sensação de insegurança e estagnação.
Problemas de Concentração: Dificuldade em manter a concentração e foco no gerenciamento do tempo, impactando a produtividade.

Possíveis tratamentos:

Terapia Psicológica: Terapia individual para desenvolver habilidades de enfrentamento e gerenciamento de estresse.

Mindfulness e Técnicas de Relaxamento: Práticas de meditação e técnicas de relaxamento para reduzir o estresse.

Orientação Profissional: Consultoria para auxiliar na definição de metas e desenvolvimento de uma carreira satisfatória.

Grupos de Suporte: Participar de grupos de suporte para compartilhar experiências e obter conselhos.

4. Sinais da ansiedade em adultos 

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De acordo com o estudo  “Transtornos de ansiedade em adultos brasileiros: uma revisão das prevalências e fatores de risco”, publicado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) na *Revista Brasileira de Epidemiologia”, aproximadamente 18% dos adultos brasileiros sofrem de transtornos de ansiedade. Fatores como estresse relacionado ao trabalho, dificuldades financeiras e problemas de saúde foram frequentemente citados.

Sintomas:

Sobrecarregamento: Sensação de estar constantemente sobrecarregado por responsabilidades no trabalho e em casa.
Dificuldades relacionais: Problemas em relacionamentos pessoais e profissionais devido à ansiedade.
Sintomas físicos: Tensão muscular, fadiga, e problemas digestivos como resultado do estresse crônico.
Problemas de sono: Insônia ou sono interrompido, que pode agravar a ansiedade.

Possíveis tratamentos: 

Terapia Cognitivo-Comportamental: Focada em identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais.
Gerenciamento de Estresse: técnicas como yoga, exercícios físicos regulares e relaxamento para reduzir o estresse.
Equilíbrio Trabalho-Vida: estabelecimento de limites claros entre trabalho e vida pessoal para evitar o burnout.
Medicamentos: em alguns casos, ansiolíticos ou antidepressivos podem ser prescritos por um médico.

5. Sinais da ansiedade em idosos

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Os sintomas de ansiedade em pessoas idosas têm características marcantes, porém, a dinâmica de vida poderá apontar diferenças importantes entre essa população. Por exemplo, no caso de idosos que vivem com a família, os sinais de ansiedade podem ser diferentes de pessoas na terceira idade que vivem sozinhos, ou em abrigos.

Porém, a análise central é de que a ansiedade tem impactos diretos na qualidade de vida dos idosos. É o que indica uma pesquisa da UFScar, apontando que 25% dos participantes apresentavam sintomas de ansiedade  frequentemente associada a preocupações com saúde, perda de independência e solidão, sugerindo a necessidade de intervenções direcionadas para a população idosa, como programas de apoio social e atividades que promovam a saúde mental e a integração social.

Sintomas:

Preocupações com a Saúde: ansiedade sobre a própria saúde, doenças e o envelhecimento;

Isolamento Social: sensação de solidão e isolamento devido a perda de amigos ou familiares;

Perda de Independência: medo de perder a autonomia e depender de outras pessoas para atividades diárias.

Declínio Cognitivo: ansiedade relacionada a problemas de memória e outras funções cognitivas.

Tratamento:

Terapia de Apoio: terapias psicológicas que ofereçam suporte emocional e ajudem a lidar com mudanças relacionadas ao envelhecimento.

Atividades Sociais: incentivar a participação em atividades sociais e grupos comunitários para reduzir o isolamento.

Exercícios Físicos: atividades físicas adaptadas para manter a mobilidade e o bem-estar geral.

Apoio Familiar: manter um suporte contínuo da família e amigos para ajudar na adaptação às mudanças.

Conclusão

A partir desse detalhamento sobre a saúde mental nas diferentes etapas da vida, podemos compreender os sintomas e opções de tratamento da ansiedade em diferentes fases da vida. Esse esclarecimento é crucial para proporcionar o suporte adequado e melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas.

É evidente que cada faixa etária tem suas peculiaridades e necessidades, e por isso, um tratamento personalizado pode fazer uma grande diferença na gestão da ansiedade. Se você ou alguém da sua família precisa de ajuda psicológica para superar crises de ansiedade, clique aqui e fale com uma especialista da KPsicologia.